O edifício que se destina à educação pré-escolar da EB123/PE Bartolomeu Perestrelo é constituído por duas salas, uma delas para um grupo de 13 crianças, com idades compreendidas entre os cinco e os seis anos e outra para um grupo de nove crianças, na faixa etária dos três e quatro anos. Contudo, há uma articulação na organização das atividades de ambas as salas, sendo que as crianças só são divididas no turno da manhã, nas atividades orientadas, e na hora do sono, visto que as crianças de cinco anos já não a praticam. Às 15:30h as crianças juntam-se novamente até à hora da recolha pelos encarregados de educação (Gonçalves, Caldeira & Correia, 2014).

      Visando o envolvimento ativo das crianças ao longo das atividades e a transmissão de valores de responsabilidade, a sala está organizada em áreas de interesse estruturadas, de forma a proporcionar às crianças situações de aprendizagem significativas e diversificadas (Hohmann & Weikart, 2011). Assim, podemos observar nesta sala a área do tapete, a área da expressão plástica, a área da casinha, a área dos jogos de mesa, a área dos jogos de chão e a área da biblioteca. Nos momentos de rotina, as crianças podem explorar estes espaços livremente, mas de forma ordenada, pois existe um número máximo de crianças por área. Desta forma, é possível incutir nas crianças o sentido de responsabilidade e de cumprimento de regras, pois, além de ser necessário respeitar a regra do número de crianças por área, estas ficam responsáveis por arrumar todo o material que foi utilizado, de modo a que o espaço fique sempre organizado.

      No que diz respeito aos materiais, estes encontram-se arrumados de forma a que as crianças tenham acesso a estes. Além disso, as mesas e cadeiras estão adaptadas à estatura das crianças, para que estas se sintam confortáveis ao longo das atividades. Existem, também, armários de arrumação de material e placards, onde são expostos os trabalhos plásticos realizados pelas crianças.

      Importa, também, salientar a organização do tempo na Educação Pré-Escolar. Nesta faixa etária, é fulcral que seja estabelecida uma rotina diária, que não deverá sofrer modificações bruscas, para que exista um ritmo regular no quotidiano das crianças e consequente sentimento de segurança por parte destas (Zabalza, 1987; Oliveira-Formosinho, 2011). Normalmente, as crianças são acolhidas pela Educadora, seguindo-se um momento de brincadeira livre pelas diversas áreas da sala. Posteriormente, as crianças vão tomar o pequeno-almoço, seguindo-se um momento de brincadeira ao ar livre, no pátio traseiro do edifício. De seguida, as crianças são encaminhadas para a sala e a Educadora explica que momento de aprendizagem se irá realizar. Após a realização destes momentos, as crianças almoçam e vão brincar no pátio frontal da instituição, livremente. Atendendo ao facto de as crianças de cinco anos já não usufruirem da hora do sono, na parte da tarde, a Educadora promove mais situações de aprendizagem e, a partir das 15h30, as crianças juntam-se às de três e quatro anos, lancham e brincam no exterior até à hora da recolha pelos encarregados de educação.

      De acordo com Hohmann e Weikart (2011) e Zabalza (1987), a rotina deve ser definida consoante as especificidades do grupo, devendo ser o próprio educador a elaborá-la. Ao existir uma rotina regular, a criança aprende a gerir o seu tempo, ganhando segurança e consciência do tempo necessário para preparar as atividades seguintes. Contudo, é fundamental que todas as atividades sejam flexíveis, para que o educador possa ir ao encontro das necessidades de todas as crianças (Crosera, s.d.).