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          Como temos vindo a verificar ao longo do tempo, o educador de infância é um elemento crucial no desenvolvimento de várias competências nas crianças nos seus primeiros anos de vida. Assim, é fundamental que a formação de profissionais de educação seja de qualidade, para que estes consigam desempenhar todas as funções que vão ao encontro das necessidades e interesses das crianças e das expectativas das famílias destas (Roldão, citado por Azevedo, 2011).

       Atendendo que a educação de infância é o primeiro contacto das crianças com o ambiente social, além da família, é fundamental que o educador procure encontrar estratégias que contribuam para o bem-estar da criança nesse novo meio, principalmente o estabelecimento de uma rotina diária que permita que as crianças possuam o nível de segurança necessário para estimular a sua aprendizagem (Portugal; Lipp, citados por Azevedo, 2011). Como tal, há um conjunto de recomendações, contempladas no Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de agosto, que devem ser tidas em conta pelo Educador de Infância na altura de planificar e organizar a sua intervenção pedagógica.

      Em primeiro lugar, o educador deve organizar o ambiente educativo de forma a proporcionar situações de aprendizagem ricas, significativas e integradoras para todas as crianças, fornecendo-lhes materiais lúdico-manipulativos adequados às vivências quotidianas do grupo. Desta forma, a organização do tempo deverá ser flexível para que se comece a consciencializar as crianças acerca da noção de tempo. Além disso, é fundamental que o educador garanta as condições de segurança necessárias para o bem-estar das crianças no espaço dedicado à educação de infância (Decreto-Lei n.º 241/2001).

      Segundo o Decreto-Lei n.º 241/2001, no que toca à observação, planificação e avaliar, é imprescindível que o educador conheça muito bem o seu grupo, nomeadamente os seus interesses, necessidades e dificuldades. Para tal, é necessário que o educador observe as crianças, não só individualmente, mas também em grande grupo e em pequenos grupos. Só desta forma, será possível que este adeque as suas intervenções pedagógicas, de forma a privilegiar o processo de aprendizagem. Além disso, o educador deve sempre ter em conta os conhecimentos prévios e as competências das crianças. Outro aspeto que deve ser evidenciado na hora da planificação prende-se com a importância de elaborar uma planificação flexível, que visem objetivos transversais a vários domínios. Para tal, é importante que a planificação seja o resultado das propostas das crianças, quer de forma implícita quer de forma explícita, bem como das situações que possam eventualmente surgir ao longo do dia, mas que não estão planeadas.

      Outro aspeto que deve fazer parte das preocupações do educador prende-se com a relação e a ação educativa. Como sabemos, é de extrema importância que o educador estabeleça laços afetivos com as crianças, com vista a promover a sua segurança e a autonomia. Além disso, o educador deve procurar desenvolver projetos, partindo da iniciativa das crianças, visando a estimulação do espírito de cooperação e integração entre as crianças, envolvendo, também, as famílias e a comunidade. Todos estes aspetos refletir-se-ão no desenvolvimento afetivo, emocional e social da crianças no grupo e o desenvolvimento pessoal, social e cívico perante a sociedade.

      Importa também que o educador proporcione um ambiente estimulativo, com vista a desenvolver a linguagem oral, tendo sempre em conta o seu grupo e os grupos sociais aos quais pertencem, principalmente os mais desfavorecidos a nível linguístico. Este ambiente deve incluir, sempre que possível, os diversos tipos de expressão artística, nomeadamente, a expressão dramática, plástica, físico-motora e musical, de forma integrada na aprendizagem curricular.

      Por fim, é importante que o educador promova a exploração e descrição de situações acerca do conhecimento do mundo, incentivando o interesse pelo meio envolvente das crianças e pelas tradições da comunidade.

Perfil do Educador de Infância

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